Casa Senhorial de Alganhafres, capela de S. António



"Alganhafres merece uma visita para todos os que querem ver pedaços genuínos da arquitetura tradicional transmontana, mantendo as escadas exteriores, o patamar, por vezes o alpendre, a pedra em cantaria ou rústica e, maioritariamente, com rés-do-chão e 1.º andar.
Atualmente não há separação das duas aldeias. Quem entra pela denominada Carvalha, logo se depara com o velho fontanário. Situado no grande largo do Terreiro, era local de encontros e partilha de segredos. Aí se abasteciam as casas de água, bebiam as crias ao final da tarde no regresso aos estábulos. Do local partem dois caminhos para a aldeia que rodeiam num círculo amplo e convidativo para a contemplação de quadros de arquitetura rural transmontana.
Pela esquerda chega-se mais depressa à Capela de Santo António, com brasão datado do século XVIII e as armas da família Sousa Prado com um tipo de escudo francês (Lopes: 1996). Por baixo do escudo encontra-se a data 1789, que indicará o ano em que se fez a capela.
A capela, no meio da povoação, bem enquadrada duma enorme casa rural e de outras construções rurais com pedra aparelhada, e com muros laterais a ligar as habitações em volta, formando uma entrada poente com uma espécie de portal que dá acesso ao largo fronteiriço. É a Casa Grande, uma construção do século XVIII.
Em tempos de seca, era infalível para chover a tradicional novena a santo António que as almas piedosas encenavam. E que a grande devoção terminava quase sempre com a concessão da chuva.
Prosseguindo este itinerário, à esquerda e à direita, depara-se o viajante com múltiplas casas e ambientes rurais, caminhos estreitos e com forte traço medieval, como alguém disse é “um local maravilhoso para fazer um filme com cenas rurais do início do século, pois ainda mantém uma certa traça rural bem campesina doutros tempos.” (Tavares: 1999).
À saída para a Lavandeira situa-se a velhinha e em ruínas a capela do Divino Espírito Santo, já referida. Na estrada que sobe para a Selores, do lado esquerdo, a fonte do Reguengo."
do livro "Selores ...e uma casa"

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